A comunicação entre seres humanos e até com outras espécies, é um conjunto complexo de sinais que os interlocutores trocam entre si. A maioria desses sinais são inconscientes ou semiconscientes, e, são aprendidos por cultura.
Quanto mais evoluída e polida a pessoa se torna, mais a forma como ela se comunica com os outros tende a refletir esse polimento.
Alguém que coma com a boca aberta, ou, fale com um volume de voz demasiado alto, sinaliza, com muita probabilidade, um extracto social mais baixo, menos cultura, menos autopercepção do ambiente à sua volta.
Esta edição desta newsletter é para lhe dar o mapa mental das linhas a desenvolver para uma comunicação eficiente. Aprofundaremos cada um dos itens nas próximas edições.
Para que uma comunicação seja mais sofisticada, o comunicador deve desenvolver a capacidade de um conjunto de características que se dividem em Conteúdo e Forma.
Conteúdo, representa a intenção, o significado da mensagem que transmitimos.
Forma, representa o formato, as circunstâncias em que a mensagem é transmitida.
Já lhe ocorreu dizer algo a alguém com a melhor das intenções e ser mal interpretado?
O conteúdo, talvez, estivesse certo (a melhor das intenções), a forma como o fez, provavelmente, pode melhorar muito.
Na perspectiva do Professor DeRose, há quatro características de conteúdo, que são estruturais para uma boa comunicação.
São elas a:
- Autenticidade – uma comunicação baseada na verdade.
- Elegância – uma comunicação com simplicidade e clareza, com graça e delicadeza.
- Cordialidade – uma comunicação em que há franqueza e amizade verdadeira.
- Empatia – uma comunicação com capacidade de perceber as circunstâncias do interlocutor.
Estas características estão interligadas com o carácter de cada pessoa. Cada uma delas, individualmente, não depende das outras. Todas elas podem ser desenvolvidas, principalmente, pela convivência com grupos de pessoas que as utilizem em grande quantidade e qualidade, e, alicerçadas, na reflexão e na vontade de estimulá-las.
Para manter estas características quando estamos envolvidos em um conflito, é necessário:
- Agir por convicção. Reduzir e evitar agir por conveniência e de forma instintiva.
O que pode e deve ser treinado.
Há quatro características de Forma, em que quanto mais estiverem presentes, mais sofisticada será a comunicação e o comunicador.
São elas:
- Contexto – a capacidade de usar a voz e o corpo (também a roupa, cheiros e texturas,marcas) para me posicionar perante o interlocutor.
- Distância – a gestão do espaço vital com o interlocutor e a capacidade de leitura de ambiente.
- Momento – identificar o momento certo para transmitir determinada mensagem.
- Adaptabilidade – usar uma comunicação ativa, em que há uma dança contínua com o interlocutor, observando a sua reação à minha mensagem e tendo essa reação como base de influência para mensagem seguinte.
Falaremos delas nas próximas edições desta newsletter e também no podcast com o mesmo nome.
No desenvolvimento destas habilidades, podemos estar em um dos quatro estágios de aprendizagem:
- Inconsciência – Não identifico, não sei o que preciso mudar (Incompetência inconsciente).
- Consciência – Identifico o que quero mudar (normalmente, sem conseguir fazê-lo; Incompetência consciente).
- Sublimação – Identifico e aplico esforço para mudar (competência consciente)
- Reprogramação – Passei a agir da nova forma. O novo comportamento tornou-se natural para mim. Ajo de forma natural. (competência inconsciente)
Observe que, estas foram as etapas para tudo o que aprendemos, desde o controlo dos esfíncteres, a andar de bicicleta a conduzir, etc. A aprendizagem de como gerir as emoções, a forma de comunicar e de resolução de conflitos, não é diferente.