As abordagens para o desenvolvimento de uma comunicação assertiva.
A fotografia deste artigo remete para o primeiro debate televisionado, que foi entre Kennedy e Nixon.
Deste debate, consta que a maioria dos que ouviram na rádio deram vantagem a Nixon e a maioria dos que viram na televisão a Kennedy.
Seja verdadeiro ou não este fato, a realidade é que surgiu naquele momento nos media e na política um tipo de atitude de tentar manipular a corporalidade para ganhar votos ou ter uma determinada vantagem ou vender mais etc.
São comuns as abordagens: como se tornar um líder pela sua linguagem corporal; como saber se os outros estão a mentir, como analisar as pessoas, como vender mais através da linguagem corporal.
Àparte deste nicho de mercado é relevante observar que as transformações pessoais para comunicar melhor dependem das transformações reais produzidas no psiquismo. Quando as minhas atitudes forem de liderança ser-me-á muito natural comunicar como tal, ainda que a forma de o fazer possa ser aperfeiçoada.
Relembro que autoridade não é o mesmo que poder, posso ter um cargo de liderança mas sem ter ainda autoridade nessa liderança, é a famosa diferença entre chefe e líder. E a verdadeira liderança é sobre si mesmo.
Outro ponto relevante é que a melhor comunicação não é a “perfeita” e sim a autêntica. Nós queremos interagir na vida com pessoas autênticas com as quais possamos criar laços de confiança.
Ora, se eu gesticular e me comportar como uma marioneta colocando as mãos daquela maneira, os pés daquela outra, olhando tantos segundos para um lado e depois para o outro, fazendo mímica com o corpo do outro, e tantas outras pequenas coisas que são veiculadas como importantes naquele tipo de abordagem, o que vou conseguir é que seja plástico.
Observando os “especialistas” que dão indicações aos políticos de como colocar o corpo, as mãos, etc, é fácil perceber como a comunicação fica plástica, não é espontânea nem autêntica.
Certa vez uma colega minha fez um curso de vendas caríssimo. No curso ensinavam a fazer simetria com a posição corporal face ao interlocutor. A teoria é que gerava empatia.
Há um estudo que demonstra que quando duas pessoas então em empatia, o ritmo cardíaco converge, o pestanejar também, os corpos formam inconscientemente uma bolha, deixando os corpos simétricos, típico que quem está em conexão.
Deste estudo extrapolaram para vender essa simetria corporal. Será que o pestanejar também se sincronizou? E o batimento cardíaco?
Porém, essa colega respondeu-me que com ela funcionou.
Concordei. Óbvio que pode funcionar.
Outra coisa que funcionaria também é puxar três vezes a orelha e isso servir de gatilho para deixar o seu umbigo de lado e ir entender, perceber o outro. Criar empatia com ele.
Autenticidade, cordialidade, elegância e empatia são os pilares para uma comunicação poderosa.
Mas, então não podemos fazer nada com o corpo para influenciar o nosso psiquismo e a nossa comunicação?
Sim, podemos e devemos. Mas já esgotei o espaço disponível.
No próximo artigo.